Quando Santos e Flamengo entraram em campo na Vila Belmiro, nesta fria noite de quarta-feira, todos os olhos estavam admirando Ronaldinho Gaúcho e Neymar. Os dois maiores símbolos recentes do futebol arte.
O jogo, considerado um embate entre os dois, teve apenas um vencedor: o futebol.
Cada lance lindo, mágico. Com certeza momentos daqueles que fazem os olhos de crianças, e também de muitos adultos, brilharem diante da televisão, ou mesmo, nas arquibancadas do estádio.
Sou contrário ao movimento que trata futebol como negócio, competição e que prega torcer como uma profissão. Pra mim isso é ridículo… é como decretar o fim da magia e de tudo que há de bom nesse esporte. Tudo que ainda há de encantador.
Acho que o futebol, assim como todos os esportes, é uma arte. O que está a venda não é o ingresso para um jogo, mas sim para um espetáculo.
O que se tinha em campo hoje era a possibilidade de um espetáculo único e que, para a sorte dos que puderam assistir, acabou acontecendo.
De um lado aquele que é impossível de parar: Neymar. As pernas ligeiras são rápidas demais para os grandes vilões do futebol (os zagueiros brucutus). Tão rápidas, que fazem gols, dão assistências e sofrem pênaltis. Nessa noite elas fizeram tudo isso e um pouco mais.
O primeiro gol de Neymar tem a sua marca registrada. Tem o drible inusitado, o toque com categoria, a velocidade, a tabela. Assim como Neymar, tem tudo. Dá vontade de ver de novo e de novo e de novo, ficar assistindo em looping.
Independentemente da importância, quando foi a última vez que um gol do seu time deu tanta vontade de assistir repetidamente? O futebol é mais do que uma taça na mão no final do campeonato, felizmente.
Do outro estava aquele que, pelo menos em um bom espaço de tempo, foi tão difícil de ser parado quanto Neymar. Ronaldinho Gaúcho… pelo menos lá em 2005, ainda que exista alguma sobra desse talento para se admirar hoje.
Hoje mesmo. Hoje teve de falta, teve cruzamento perfeito, dribles que deixam todos perdidos. Não foi próximo do Ronaldinho de 2005, aquele do qual se esperava o inesperado, mas foi uma aula de como jogar futebol com classe.
Pena que a maioria daqueles que conheço, se esqueceram como é bom ver um chapéu, uma caneta, um drible inovador e bonito. Ficam com um bla bla bla chato de resultado pra cá e pra lá, de título disso e daquilo.
Uma pena mesmo e é por isso que eu prefiro assistir jogos com as crianças pequenas.
As crianças são as melhores. Para elas os títulos são secundários, o que importa mesmo é sair do estádio cada vez mais encantado com o futebol. É se espelhar na irreverência da comemoração do ídolo. É passar o dia tentando reproduzir no quintal, o que os craques fazem no campo.
Se não fossem gênios como Neymar e Ronaldinho Gaúcho… ah se não fossem eles…pobre mundo encantado do futebol.
Post de Gabriel Fuhrmann
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