Guilherme Boulos, presença confirmada no Encontro de Blogueiros


O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, também estará debatendo questões relacionadas à democratização da mídia no II Encontro Estadual de Blogueiros e Ativistas Digitais de SP.

Mudanças na Comunicação preocupam jornalistas e sindicatos

Por ‘J&Cia’ em 24/02/2015 na edição 839

Reproduzido do Jornalistas & Cia. nº 987, de 19-24/2/2015; título original “Mudanças na Comunicação da Câmara Federal preocupam jornalistas e sindicatos”


Está provocando polêmica a intenção do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de criar um órgão, ligado à Mesa Diretora e acima da Secom, para supervisionar o trabalho jornalístico dos veículos oficiais da Casa. O novo órgão seria comandado por um deputado da bancada evangélica com assessoria um membro da Rede Record. A medida gerou insatisfação entre os profissionais que atuam nesses veículos e provocou reação do Sindicato dos Servidores do Legislativo, o Sindilegis, e do Sindicato dos Jornalistas do DF. Ambas as entidades emitiram notas alertando para o risco de interferência política na linha editorial e na programação dos veículos da Casa, em especial da TV Câmara.


Ao longo de quase 17 anos de existência, os veículos de Comunicação da Câmara – agência, jornal, rádio e tevê, que atuam de forma integrada – sempre foram comandados por profissionais de jornalismo que são servidores de carreira da instituição. O sistema é subordinado à Secretaria de Comunicação Social, um órgão diretamente ligado à Presidência da Câmara.


Servidores alegam que nenhum outro presidente da Câmara colocou o sistema de comunicação da Casa sob o comando de uma corrente político-ideológica nem contratou profissionais de emissoras comerciais para supervisionar a programação da TV Câmara, por exemplo, que sempre se definiu pela diversidade, pluralidade, laicidade e independência, justamente para que todas as orientações políticas e partidos representados na Casa fossem contemplados. u Sobre o trabalho desses veículos, disse Nilton Paixão, presidente do Sindilegis: “Eles estão sob a responsabilidade de servidores capacitados e preparados. É muito preocupante nomear um deputado para sua chefia. Iremos atuar fortemente contra essa medida”.


O Sindicato dos Jornalistas do DF também se posicionou de forma enfática pela necessidade da preservação da pluralidade e isenção dos veículos da Câmara e pela manutenção desses sob a direção dos servidores de carreira: “É preciso conclamar deputados e a sociedade civil a atuar contra essa mudança, que pode ter consequências devastadoras para o interesse público”, afirmou em nota.


Fonte: Observatório de Imprensa

50 anos da TV Globo: o principal legado da Ditadura Militar


Por Anderson Bahia
UJS

“Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva”. Em 2013, o jornal O Globo respondeu as manifestações de junho reconhecendo o erro do grupo ao apoiar o golpe militar. Como está expresso na frase que abre esse texto e utilizada pelo veículo na ocasião, tudo não passa de “História”. De passado e não de presente, portanto. Será?

Nesse ano, a TV dos “Marinhos” completa cinco décadas e a vocação democrática da Rede Globo permanece discutível. Dois anos após fazer um reconhecimento público de seu “erro”, ela segue o mesmo script estabelecido nos acordos que manteve com a Ditadura Militar.

Vejamos. O projeto de nação implementado pelos militares teve como uma de suas principais linhas conter o avanço político dos setores progressistas, exterminar seus representantes e desenvolver economicamente o país sem nenhum compromisso com o fosso da desigualdade social.

Para legitimar isso, precisava montar um sistema de comunicação que desse conta de vender para a sociedade apenas o filtro que lhe interessava. Poderia ser criando um aparato estatal, opção que Getúlio Vargas já havia tomado com o rádio, ou estimular alguns grupos privados que compartilhasse a mesma visão de mundo.

Como já sabemos, escolheram pela segunda alternativa. E, como sabemos também, a Globo foi a que melhor se perfilou ao projeto. Na época em que a TV surgia como o novo advento de comunicação de massa, recebeu ajuda para criar a sua. Não à toa, ano passado completou-se 50 anos desde o golpe militar e, esse ano, os 50 desse veículo de comunicação.

O monopólio da mídia é um dos principais entraves da nossa democracia deixado como herança pelos militares. Nem mesmo a lógica de maior privilégio ao grupo Globo foi superada nesses 30 anos desde a redemocratização. Ainda são eles que mais arrecadam do Estado. Aproximadamente 1/3 das verbas de publicidade oficial (governo federal e autarquias) nas gestões de Lula e Dilma enriqueceram os cofres dos “Marinhos”.

Além disso, permanecem com muito apetite para os golpes políticos e intervenções na democracia. Em 1989, quando dominavam absolutamente a audiência no Brasil, realizaram a famosa edição do debate entre Lula e Collor que culminou na vitória do segundo. Desde 2003, dão a linha de um jornalismo que omite qualquer crítica a direita e busca desestabilizar politicamente o governo federal, hoje sob condução de Dilma. Na eleição de 2014, escolheram repercutir a matéria de capa da revista Veja (de suposto escândalo envolvendo Lula e a presidenta), lançada na noite de quinta-feira, apenas no sábado da mesma semana, na véspera da votação do segundo turno, numa tentativa clara de impedir o direito de resposta da candidata à reeleição e contribuir para a vitória do tucano Aécio Neves.

Na semana passada, a justiça (com j minúsculo mesmo) deu ganho de causa a uma de suas mais recentes facetas antidemocráticas. Condenou o blogueiro Miguel do Rosário em R$ 20 mil por conta de um processo movido pelo diretor de jornalismo global Ali Kamel. Ele sentiu-se injuriado por ser chamado de “reacionário”. E não é a primeira vez que a Globo orienta seu funcionário a processar blogueiros. Paulo Henrique Amorim também já passou por isso.

Trata-se de uma afronta absurda a liberdade de expressão, já que os blog´s surgiram como uma alternativa ao pensamento comum que domina a linha editorial da grande mídia e cuja credibilidade aumenta a medida que cai a dos poderosos.

E cai não por acaso. Metida a perseguidora da corrupção, a Globo e os outros cinco grupos que dominam a comunicação no Brasil silenciam-se diante dos escândalos das elites. Às vezes por fazerem parte diretamente deles, como no caso HSBC. O banco tem em seus arquivos o endereço da Globo nas Ilhas Virgens (paraíso fiscal), sendo investigado na Europa por conduzir uma operação que envolve 180 bilhões de dólares num período de cerca de quatro meses, que vai do final de 2006 até o início de 2007. Desses, 20 bilhões são de empresas e empresários brasileiros, possivelmente inclusive da Globo, que já é réu no Brasil por sonegação fiscal, conforme o próprio Miguel do Rosário divulgou em seu blog.

Nos marcos da passagem dos 50 anos da TV Globo, é necessário reafirmar o papel que eles jogaram e permanecem jogando para o Brasil e fortalecer a luta pela democratização da mídia, como o caminho que o Brasil precisa seguir para romper as amarras ditatoriais que ainda perseguem seu povo!

Fonte: UJS

Palmério Dória convida


O jornalista e escritor Palmério Dória também será um dos debatedores do II Encontro Estadual de Blogueiros e Ativistas Digitais de SP.


INSCRIÇÕES ABERTAS

Estão abertas as inscrições para o II Encontro Estadual de Blogueiros e Ativistas Digitais de SP

Tema: A Comunicação como Direito Humano.
Debates: Democratização da Comunicação, Regulamentação do Marco Civil da Internet, Direitos Humanos no Brasil.

Data: 24 e 25 de abril de 2015.

Horário: 

dia 24 (sexta-feira), das 18h30 às 22h: recepção, abertura e atividade cultural.
dia 25 (sábado), das 8h30 às 18h: mesas de debates e desconferências.

Local: 

Sindsep – Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo.
Rua Barão de Itapetininga, 163 – 2º andar
Centro de São Paulo.

Convidados já confirmados:

Aline Rodrigues da Silva – jornalista do Periferia em Movimento.
Altamiro Borges – presidente do Barão de Itararé.
André Caramante – jornalista da Ponte.
Guilherme Boulos – coordenador nacional do MTST.
Lalo Leal Filho – cientista social, apresentador do programa Ver TV, da TV Brasil.
Laura Capriglione – jornalista da Ponte.
Palmério Dória – jornalista e escritor, seu livro mais recente é O príncipe da Privataria.
Renata Mielli – jornalista e secretária geral do Barão de Itararé.
Thiago Borges – jornalista do Periferia em Movimento.
Veridiana Alimonti – advogada e coordenadora do Intervozes.

ANTES DE PREENCHER A FICHA DE INSCRIÇÃO, LEIA AS ORIENTAÇÕES ABAIXO:

Valor das inscrições: (inclui almoço e kit de materiais)

R$ 20,00 - público em geral
R$ 10,00 - estudantes

Banco do Brasil
Ag. 4300-1
Conta corrente: 50.141-7
Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé
CNPJ 12.250.292/0001-08

Os estudantes deverão encaminhar comprovante de estudo, junto com a confirmação do depósito. Pode ser um print screen da página da faculdade onde consta nome, curso e aparece a data, ou alguma declaração recente da escola.

A inscrição só será efetivada após o envio do comprovante de estudo e confirmação do depósito.

E-mail para encaminhar os comprovantes: inscricoesblogprogsp@gmail.com

Hospedagem:

A hospedagem será garantida para as primeiras 44 inscrições de participantes que residam no interior e litoral de São Paulo. Esta opção deverá ser indicada na Ficha de Inscrição.

O local de hospedagem será na Casa do Professor, próximo ao local do evento.

CLIQUE AQUI E FAÇA A SUA INSCRIÇÃO


FENAJ pede que governo convoque 2ª Confecom e apresente projeto de marco regulatório


Representantes da FENAJ apresentaram ao ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, em audiência no dia 5 de fevereiro, a posição da entidade com relação à democratização da comunicação no país. A entidade propôs que o governo convoque a 2ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e apresente ao Congresso Nacional um projeto de Marco Regulatório das Comunicações no Brasil.

A FENAJ foi representada na audiência por seu presidente, Celso Schröder, e pelo diretor de Relações Institucionais da entidade, José Carlos Torves, que sustentaram as posições apresentadas à presidente Dilma Rousseff em carta encaminhada no dia 15 de janeiro. "Esclarecemos ao ministro que apostamos na 2ª Confecom como espaço fundamental para sistematizar as propostas da primeira Conferência e elaborar uma proposta de Marco Regulatório para o país", conta Celso Schröder.

Ele destacou que o controle público da comunicação defendido pela FENAJ sustenta-se na concepção de definição e aplicação de regras públicas, democraticamente constituídas, a serem observadas pelos sistemas público, privado e estatal e que outro passo importante é a regulação da convergência tecnológica.

Berzoini reafirmou a intenção do governo de propor a regulação socioeconômica da mídia. Os representantes da FENAJ, no entanto, argumentaram que consideram tal proposta insuficiente, pois não da conta da amplitude necessária para um novo marco regulatório no país. A entidade entende ser fundamental regulamentar o capítulo V da Constituição Federal para desconcentrar a propriedade dos veículos de comunicação no país e combater os oligopólios que comprometem a vocação pública da comunicação, instituir o controle público, reorganizar o sistema de negócios e de serviços; e implementar, de forma organizada, a convergência tecnológica.

Estas e outras reivindicações da FENAJ serão discutidas, também, em audiência com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, agendada para o dia 26 de fevereiro.

Fonte: FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas

"Blogs sujos": A unidade na diversidade

Por Altamiro Borges


A entrevista concedida pelo ex-presidente Lula a nove blogueiros, em abril de 2014, é mais uma prova de que a blogosfera incomoda – e muito – os barões da mídia. Os seus impérios continuam intactos, graças à postura omissa dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, porém eles já não detêm mais o monopólio da palavra. Outras vozes se levantam, aproveitando-se da brecha tecnológica aberta pela internet, para desafiar o pensamento único autoritário e manipulador da ditadura midiática. Após a coletiva exclusiva, a quase totalidade dos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão tentou desqualificar os entrevistadores, rotulando-os de “jornalistas chapa-branca” e de outros adjetivos.

O jornal O Globo, da bilionária famiglia Marinho, foi o que mais destilou ódio. Uma operação macartista foi montada para perseguir e triturar os blogueiros. Numa matéria de página inteira, o diário insinuou que a entrevista foi feita sob encomenda pelos “camaradas de Lula”. Uma enquete policialesca foi enviada para acuar os participantes da coletiva. Os que a responderam ainda tiveram suas declarações deturpadas. No caso mais grotesco, os serviçais das Organizações Globo – dona da emissora de tevê que recebeu quase R$ 6 bilhões em publicidade do governo federal nos últimos doze anos – ainda tentaram intimidar os anunciantes da revista Fórum, editada por Renato Rovai, um dos presentes na entrevista [1].

Vários “calunistas” da mídia tradicional – que são mais realistas do que o rei no seu servilismo aos “companheiros” patrões – também atacaram a blogosfera. Nos jornais Folha, Estadão, Zero Hora e outros, eles revelaram certo rancor por terem perdido a exclusividade das coletivas. Merval Pereira, o “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL), e Carlos Alberto Sardenberg, o porta-voz dos agiotas na mídia rentista, chegaram a afirmar na rádio CBN, que também pertence ao império global, que os blogueiros são “vendidos” – o que levou Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, a sugerir a abertura de um processo por calúnia [2]. Em síntese, a velha mídia revelou todo o seu temor diante das novas mídias!

Como observou Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador, a reação hidrófoba da chamada grande imprensa confirmou que todas as armas serão utilizadas para atemorizar e sufocar a nascente blogosfera brasileira. “Trata-se de uma Operação para intimidar aqueles que nos últimos anos - ainda que de forma limitada - criaram um contraponto ao poder da velha mídia. Os barões da imprensa velhaca não se conformam com o fato de meia dúzia de blogueiros ‘sujos’ oferecerem outra narrativa ao Brasil. A Globo, a Abril e a Folha seguem a ter imenso poder. Mas já não falam sozinhas. Seria bom que soubessem: com essa tentativa de cerco, em vez de intimidar, vão mobilizar ainda mais blogueiros e internautas” [3].

Com a mesma postura altiva, Conceição Lemes, do Viomundo, respondeu diretamente aos leitores às provocações da famiglia Marinho [4]; Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, detonou o “Manual Globo da Entrevista Picareta” [5]; Miguel do Rosário, do Cafezinho, ironizou o fato do maior império midiático do país ter levado a blogosfera “ao centro do palco” [6]; Fernando Brito, do Tijolaço, explicou as razões dos “grandes jornais espumarem de ódio contra a entrevista de Lula” [7]; e Marco Aurélio Weissheimer, do site Carta Maior, destacou os principais pontos da coletiva [8]. A enorme repercussão da entrevista e a histeria da mídia só confirmaram a força crescente da “blogosfera progressista” no Brasil.

O barulho dos “blogs sujos”

Acompanhando as inovações mundiais da internet, os blogs brasileiros ganharam musculatura nos últimos dez anos. Ainda há poucos estudos, inclusive na academia, sobre este fenômeno recente. No boom da blogosfera, que trata de vários temas e com diferentes abordagens, surgiram os blogs mais politizados, sem vínculos com as corporações midiáticas e que fazem o contraponto às suas distorções. Na tese de doutorado para a Fundação Getúlio Vargas, o pesquisador Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly registra que “o surgimento da blogosfera política no Brasil, caracterizada pela divergência com relação ao posicionamento de grande parte da mídia tradicional, ocorreu ao longo da década de 2000” [9].

Segundo o autor, o primeiro blog do chamado “campo progressista” foi o Viomundo, criado por Luiz Carlos Azenha em 2003. Em 2005 nascem os blogs de Renato Rovai e Antônio Mello; Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, e o blog de Luis Nassif aparecem em 2006; no ano seguinte surge o Blog da Cidadania, criado por Eduardo Guimarães, que também funda o “Movimento dos Sem Mídia” (MSM); já o blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna, nasce em 2008. Neste período, por todos os cantos do país – nas capitais e também em importantes cidades do interior – brotam centenas de páginas pessoais que se contrapõem às forças políticas conservadoras e que polemizam com a mídia tradicional.

Muitos jornalistas, descontentes com a cobertura enviesada da chamada grande imprensa, utilizam esta ferramenta para expor as suas posições criticas e independentes. Mas a blogosfera não se limita a este setor, permitindo que profissionais de diversas áreas exponham seus pontos de vista sobre variados temas. A maioria dos blogs ainda é produzida de forma amadora, na cara e na coragem, sem recursos financeiros ou apoio logístico. Em função destes obstáculos, muitos não possuem atualização permanente, e outros sequer conseguem resistir durante muito tempo. Mesmo assim, eles vão se constituído numa rede horizontal, sem maior organicidade, mas com capacidade de interferir nos debates nacionais.

Esta força emerge já na disputa presidencial de 2006, que pode ser considerada o primeiro grande teste da blogosfera. Na época, os nascentes blogs denunciam a cobertura tendenciosa da velha imprensa, como descreve o livro “A mídia nas eleições de 2006”, organizado por Venício A. de Lima [10]. Mas é na campanha eleitoral de 2010 que a blogosfera se consolida como força influente no debate sobre os rumos políticos do Brasil [11]. Neste embate, a mídia hegemônica escancara sua “posição oposicionista”, conforme confessou a ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do Grupo Folha, Judith Brito. E os blogs, mais fortalecidos, batem recordes de acesso ao desmascarar suas manipulações [12].

Alguns episódios ficaram famosos nesta batalha. Num deles, a mídia partidarizada tentou montar uma farsa sobre um pretenso atentado contra o candidato das forças conservadoras, o tucano José Serra. Ele teria sido atingido por um petardo durante uma passeata no calçadão de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, em 20 de outubro – na véspera do segundo turno do pleito presidencial. A TV Globo chegou a acionar um “perito” para analisar o suposto atentado terrorista e noticiou que o candidato do PSDB fez até uma tomografia. De imediato, a blogosfera e as redes sociais denunciaram a montagem, revelando que o tucano fora alvo de uma “bolinha de papel”, o que tornou a farsa motivo de piada.

Antes disto, em 14 de setembro, a esposa do tucano, Mônica Serra, numa caminhada em Nova Iguaçu (RJ), tentou convencer o ambulante Edgar da Silva, de 73 anos, a não votar na petista Dilma Rousseff. “Ela é a favor de matar as criancinhas”, esbravejou. O seu discurso preconceituoso foi amplificado pela mídia, mas não resistiu à força da internet. Pelo Facebook, a artista Sheila Ribeiro, ex-aluna de balé da tucana, desmontou a sua encenação. “Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre aborto, sobre seu aborto traumático. Mônica Serra fez um aborto”, escreveu, constrangendo as forças da direita e a sua mídia.

Outros episódios patéticos, como o da falsa ficha policial da “terrorista” Dilma Rousseff que a Folha de S.Paulo estampou na capa, também foram alvo da intensa guerrilha na internet. No livro Crime de imprensa, os jornalistas Palmério Dória e Mylton Severiano detalham as várias tentativas da manipulação do eleitorado e demonstram a importância que a blogosfera e as redes sociais tiveram nesta batalha [13]. Já no livro A ditadura continuada, Jakson Ferreira de Alencar mostra como a internet foi decisiva para desmontar os “factoides e o partidarismo da imprensa na eleição de Dilma Rousseff” [14]. Estas e outras análises comprovam que 2010 foi realmente o ano da consolidação da blogosfera progressista no Brasil.

Este avanço foi reconhecido, meio a contragosto, pelo próprio José Serra durante um seminário da Associação Nacional dos Jornais, em julho de 2010. Diante dos donos dos jornalões, o tucano explicitou o seu ódio à blogosfera e cunhou o termo “blogs sujos” – rótulo que foi imediatamente adotado pelos irreverentes ativistas digitais. Em editoriais e comentários na tevê, velha mídia também intensificou seus ataques à nova mídia. Já em novembro do mesmo ano, o presidente Lula concedeu a primeira entrevista coletiva a onze blogueiros, em pleno Palácio do Planalto, o que reforçou a legitimidade deste jovem movimento e gerou histérica crítica da chamada grande imprensa – similar à ocorrida em abril de 2014 [15].

Origem e evolução do BlogProg

É neste contexto de fortalecimento da blogosfera que surge a ideia da realização de um encontro de ativistas digitais. A proposta foi apresentada pelo jornalista Luiz Carlos Azenha durante a assembleia de fundação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, ocorrida em 14 de maio de 2010 na sede do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Preocupado com a nítida e agressiva partidarização da imprensa tradicional na campanha eleitoral, ele propôs um “encontro presencial dos ativistas que se contrapõem às manipulações da mídia e que só se conhecem no mundo virtual”. Num gesto de ousadia, a proposta foi acatada por consenso e o encontro foi marcado para três meses depois.

Aos poucos, este movimento horizontal foi sendo batizado de “blogosfera progressista” sem qualquer decisão formal. Na linguagem instantânea da internet, ele também passou a ser chamado de BlogProg. Na base da militância voluntária e sem maiores estruturas, o 1º Encontro Nacional dos Blogueiros ocorreu nos dias 20, 21 e 22 de agosto, em São Paulo, e reuniu 330 pessoas de 19 estados da federação. Entre os participantes, militantes de distintos partidos políticos e, na maioria, ativistas em vínculos partidários. Num universo plural, dois pontos garantiram a unidade do movimento: a denúncia do “terrorismo midiático” nas eleições e a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil.

Esta unidade na diversidade é que garantiu a continuidade do movimento, com a formação de uma comissão nacional organizadora e a decisão de enraizar o BlogProg nos estados. Em 2011 ocorreram 14 encontros estaduais e vários eventos regionais, que culminaram com a realização do II Encontro Nacional dos Blogueiros, nos dias 17, 18 e 19 de junho, em Brasília, com a presença de 369 ativistas de 21 estados. Passada a refrega eleitoral, três pontos garantiram a unidade do movimento: a luta pela liberdade de expressão, contra as tentativas de cerceamento da blogosfera e por uma lei democrática da mídia. Prova da legitimidade conquistada, o evento teve a participação do ex-presidente Lula.

Em outra decisão ousada, o II BlogProg aprovou a realização de um encontro mundial para refletir sobre o impacto do ativismo digital em vários países – como na Primavera Árabe, na revolta dos indignados da Espanha e no Occupy Wall Street dos EUA. Inédito no planeta, o evento ocorreu nos dias 27, 28 e 29 de outubro de 2011, em Foz do Iguaçu (PR), e reuniu 468 ativistas digitais de 23 países e 17 estados brasileiros. Ele serviu para evidenciar o poder mobilizador das redes sociais, que se tornaram um palco decisivo da luta de ideias na atualidade. Os relatos dos vários países reforçaram a necessidade do fortalecimento da original iniciativa brasileira e destacaram o mérito da construção da unidade na diversidade.

Já o III Encontro Nacional de Blogueiros ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de maio de 2012, em Salvador (BA). Com alguns problemas de estrutura, ele reuniu 292 ativistas digitais de 18 estados. Três temas concentraram as atenções dos presentes: a luta por um novo marco regulatório da mídia, que foi sintetizada na frase “Nada além da Constituição”, proferida pelo ex-ministro Franklin Martins; a campanha pela aprovação do Marco Civil da Internet, que teve seu ponto alto na audiência pública organizada pela Câmara dos Deputados em pleno evento; e a denúncia do aumento da perseguição, da violência e da censura contra a blogosfera. Todos estes encontros firmaram o BlogProg e sinalizaram os desafios para futuro.

Unidos, mas nem tanto!

Na prática, a chamada blogosfera progressista é um movimento em rede, horizontal, sem qualquer estrutura verticalizada e hierarquizada, e que reúne opiniões bem diversificadas. Na maioria dos temas mais candentes da política nacional e internacional, os blogueiros expressam posições divergentes e até antagônicas. Prova disto foi a sua divisão na leitura sobre a chamada “jornada de junho”, a onda de protestos que agitou o país em meados de 2013 e que teve como poderosa alavanca as redes sociais. O segredo da sua existência reside no esforço permanente, complexo e difícil para construir a unidade na diversidade. Daí a conclusão de que os blogueiros e as blogueiras estão unidos, mas nem tanto...

A denúncia das manipulações da mídia monopolizada e a luta pela regulação democrática dos meios de comunicação são os dois pontos que, até agora, garantiram a coesão deste movimento e seu crescente protagonismo na luta de ideias no país. Outros temas, porém, ganham relevância. Com o florescimento dos blogs, eles viraram alvo de perseguição – seja do prefeito irritado com as críticas, das empresas denunciadas nas suas irregularidades ou dos monopólios midiáticos, incomodados com a perda do monopólio da palavra. Além das ameaças físicas – e inclusive de assassinatos -, está em curso no Brasil um processo de judicialização da censura, com vários blogueiros sendo vítimas de processo na Justiça [16].

A defesa da verdadeira liberdade de expressão – que não se confunde com a falsa “liberdade de imprensa” dos monopólios midiáticos – é hoje uma bandeira que une a blogosfera. Esta preocupação resultou na criação do “Mapa da violência contra a blogosfera”, uma iniciativa conjunta da ONG Artigo 19 e do Centro de Estudos Barão de Itararé, que cadastra os casos de ameaças, agressões e processos judiciais contra ativistas digitais para denunciá-los em fóruns nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos. Isto explica também porque o movimento aderiu à campanha pela aprovação do Marco Civil da Internet com os seus princípios básicos – neutralidade, privacidade e liberdade de expressão.

Além destes temas, a blogosfera tem procurado os caminhos para alavancar a sua ação. Apesar da gritaria dos barões da mídia, que abocanham anualmente R$ 4 bilhões em publicidade dos governos federal, estaduais e municipais, parte da blogosfera entende que estas verbas públicas devem ser descentralizadas e democratizadas, servindo de estímulo à pluralidade e à diversidade informativa. Na busca pela profissionalização, que permita maior produção de conteúdo próprio, vários blogs realizam campanhas de sustentação financeira. Mas estas e outras iniciativas, debatidas nos quatro encontros citados, ainda não deram os resultados desejados e a blogs seguem como uma militância voluntária - virtual.

Mesmo com estas e outras dificuldades, a blogosfera progressista não se acomoda e nem se intimida. Ela sabe, como ensina o professor Dênis de Moraes, que “a internet se apresenta como mais uma arena de lutas e disputas pela hegemonia no interior da sociedade civil” e que ela já obteve expressivos avanços “na comunicação contra-hegemônica em rede”, o que não permite alimentar falsas ilusões [17]. Ela tem noção, como teoriza outro intelectual orgânico desta frente estratégica da luta de classes na atualidade, Venício A.de Lima, que “a grande mídia tradicional, por óbvio, continua relevante, mas não tem mais nem de longe a importância na formação da opinião pública a ela atribuída em passado recente” [18].

A blogosfera progressista, com suas divergências e dificuldades, tem um grande futuro pela frente!

Notas

1- “Macartismo comercial: Globo intimida anunciantes da Fórum”. Por Renato Rovai, na revista Fórum, 17 de abril de 2014.

2- “Merval e Sardenberg caluniam Blogueiros que entrevistaram Lula”. Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania, 11 de abril de 2014.

3- “Globo, que não mostrou o DARF, tenta intimidar blogueiros”. Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador, 14 de abril de 2014.

4- “Conceição Lemes, 33 anos de estrada: Resposta em público a O Globo”. Por Conceição Lemes, no blog Viomundo, 16 de abril de 2014.

5- “Jornalismo macartista e Manual da Globo da Entrevista Picareta”. Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo, 18 de abril de 2014.

6- “A Globo e a entrevista dos camaradas”. Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho, 17 de abril de 2014.

7- “Os ‘jornalões’ e os ‘bloguinhos’ com Lula. Ou como dói deixar o entrevistado falar”. Por Fernando Brito, no blog Tijolaço, 10 de abril de 2014.

8- “Lula reafirma que Dilma é a candidata e pede Constituinte Exclusiva para Reforma Política”. Por Marco Aurélio Weissheimer, no site Carta Maior, 8 de abril de 2014.

9- Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly. “Blogosfera, estratégias de subversão e campo da comunicação no Brasil: uma análise do movimento dos blogueiros progressistas sob uma perspectiva de estudos organizacionais”. Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2014.

10- Venício A. de Lima (org.). “A mídia nas eleições de 2006”. Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2007.

11- Celia Maria Boregas. “A esperança de vencer o midiático: A militância de base em redes de contrainformação numa campanha majoritária”. Universidade de São Paulo (USP), 2012; Jéferson Andreu Knecht. “A blogosfera ‘progressista’ contra a ‘grande mídia’ na cobertura do ‘escândalo dos dossiês’ durante as eleições presidenciais de 2010”. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011;

12- Rafael de Paula Aguiar Araújo, Claudio Luis de Camargo Penteado e Marcelo Burgos Pimentel dos Santos. “Informação e contrainformação: O papel dos blogs no debate político das eleições presidenciais de 2010”. IV Congresso Latino Americano de Opinião Pública. Belo Horizonte, 2011.

13- Palmério Dória e Mylton Severiano. “Crime de imprensa: Um retrato da mídia brasileira murdoquizada”. Plena Editorial, São Paulo, 2011.

14- Jakson Ferreira de Alencar. “A ditadura continuada”. Editora Paulus, São Paulo, 2012.

15- “Mais uma tentativa de assassinato de reputação”. Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo, 18 de abril de 2014.

16- “Fui processado; o que eu faço?”. Publicação da ONG Artigo 19 e do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. São Paulo, 2013.

17- Dênis de Moraes. “A batalha da mídia”. Editora Pão e Rosas, Rio de Janeiro, 2009.

18- Venício A. de Lima. “Políticas de Comunicações: Um balanço dos governos Lula (2003-2010)”. Editora Publisher, São Paulo, 2012.

* Versão adaptada do terceiro capítulo do livro "Blogueiros, uní-vos (mas nem tanto..)", de Felipe Bianchi e Altamiro Borges. Editado em maio de 2014 pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

DEMOCRATIZAÇÃO DARÁ O TOM DO CARNAVAL NAS REDES SOCIAIS


Postagens com paródias de marchinhas clássicas serão feitas diariamente para divulgar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática

A Campanha Para Expressar a Liberdade estará presente no Facebook e no Twitter nos quatro dias de Carnaval. A intenção é divulgar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática e convocar as pessoas a assinarem a proposta.

A estratégia escolhida é o uso de postagens bem-humoradas, parodiando estrofes de marchinhas clássicas de Carnaval, como "O teu cabelo não nega" (Lamartine Babo e Irmãos Valença, 1931), Allah-lá-ô (Haroldo Lobo-Nássara, 1940), Mamãe eu quero (Jararaca-Vicente Paiva, 1936) e saca-rolha (Zé da Zilda-Zilda do Zé-Waldir Machado, 1953).

A ideia é usar as melodias conhecidas para criticar os oligopólios e monopólios midiáticos, a distorção intencional do tema pela imprensa comercial, a propriedade cruzada e outros problemas do setor, com uma certa dose de provocação.

Acesse páginas do FNDC, curta e compartilhe as postagens.

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- FNDC

Fonte: FNDC

REGULAÇÃO ECONÔMICA DA MIDIA

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, afirmou em seu discurso de posse, no início do ano, que levará adiante a promessa da presidenta reeleita, Dilma Rousseff, de debater a regulação econômica da mídia. Os defensores dessa medida levam em consideração que hoje apenas seis famílias controlam 70% da imprensa no país. Além disso, muitos grupos de comunicação possuem propriedades cruzadas.

O programa Brasilianas.org, exibido todas as segundas-feiras na TV Brasil comandado pelo jornalista Luis Nassif, discutiu a regulamentação econômica da mídia, no último dia 02/02.

Assista na íntegra.


COLABORE COM O II ENCONTRO ESTADUAL DE BLOGUEIROS E ATIVISTAS DIGITAIS DE SP

Você gosta de produzir memes?

Está a fim de colaborar conosco?

Produza o seu meme com o tema "Democratização da Mídia" e encaminhe para nós. Os trabalhos serão avaliados pela comissão organizadora e, se estiver dentro do tema, serão publicados em nossas redes sociais.

Mas fique atento! Não serão aceitos memes com ofensas a qualquer pessoa ou instituição, ou que contenha palavras de baixo calão.

Encaminhe o seu material para o e-mail blogprogsp@gmail.com

Participe! Esse evento é de todos!

‪#‎BlogProgSP‬

ENIO, VÁ PRA CUBA!


Segue a todo vapor a campanha 'Vá pra Cuba, companheiro', em solidariedade ao blogueiro Enio Barroso. Já são R$ 19.371,70 arrecadados de um total de R$ 50.000 necessários para que o histórico militante da esquerda brasileira vá até a ilha caribenha tratar grave distrofia muscular. A esperança de frear o avanço da doença e combater seus sistemas reside no Centro Internacional de Restauração Neurológica (Ciren), já que o tratamento não existe no Brasil.

A campanha de solidariedade é idealizada pelo Barão de Itararé, em parceria com os blogueiros e amigos de Enio Barroso. O montante arrecadado está sendo divulgado na página do Barão de Itararé sempre às sextas-feiras, seguindo o princípio da transparência e atualizando os amigos e simpatizantes de Enio sobre o andamento da iniciativa.

No dia 6 de fevereiro, o blogueiro Aparecido Araújo, o popular Cidoli, participou do programa webrádio Café SP e falou sobre a idealização e o andamento da campanha. Você pode escutar o trecho a partir dos 32 minutos e 24 segundos:



Vá para Cuba, companheiro!

Nosso amigo e blogueiro Enio Barroso precisa tratar de uma distrofia muscular em estágio avançado. Em Cuba há um tratamento que controla o avanço da doença e ameniza os sintomas já existentes. O tratamento é feito em duas etapas, que ao todo somam 35 dias. Durante todo o tratamento é necessário que ele tenha um acompanhante.

O custo total para a viagem do Enio e do acompanhante ficará em torno de U$ 18.000,00. Nesse valor está incluso passagem aérea ida e volta e hospedagem para duas pessoas, e o tratamento do Enio nas duas fases.

Lançamos essa campanha na expectativa de arrecadar o valor necessário, e assim mandar o Enio para Cuba!

Convidamos todos os blogueiros, ativistas digitais e simpatizantes de Enio a escreverem depoimentos em prol da campanha e compartilharem a causa em suas redes. As doações podem ser feitas em qualquer quantia, tanto via depósito direto na conta poupança de Enio quanto pelo botão do Pagseguro (neste link).

Depósito direto em conta poupança:

Ênio Barroso Filho
104 - Caixa Econômica Federal
CPF 000.831.558-21
Agência 0244 - Casa Verde
Conta Poupança: 013.19636-2

Fonte: Centro de Estudo de Mídia Alternativa Barão de Itararé

ENCONTROS DE BLOGUEIROS E ATIVISTAS DIGITAIS SERÃO REALIZADOS EM VÁRIOS ESTADOS




Consideramos que 2015 será o ano da Comunicação, e para tanto a Comissão Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais está organizando os encontros estaduais.

Já estão agendados  22 eventos pelo Brasil afora.

Verifique a data , participe, e nos ajude a divulgar em suas redes sociais.

Março

06 e 07 Espirito Santo
27 e 28 Pernambuco

Abril

10 a 12 II Encontro pelo Direito à Comunicação (ENDC)
17 e 18 Maranhão
24 e 25 São Paulo

Maio

15, 16 e 17 Rio de Janeiro
22 e 23 Piauí
23 e 24 Ceará
29 e 30 Paraíba

Junho

05 e 06 Mato Grosso
12 e 13 Paraná
19 e 20 Amapá
26 e 27 Santa Catarina

Julho

sem data, no Rio Grande do Norte

Agosto

07 e 08 Tocantins
14 e 15 Sergipe
22 Goiás
28 e 29 Distrito Federal

Setembro

11 e 12 Rio Grande do Sul
18 e 19 Mato Grosso do Sul
25 e 26 Bahia

Outubro

02 e 03 Minas Gerais
09 e 10 Pará

O encontro do Espírito Santo já está com inscrições abertas. Garanta sua hospedagem até o dia 25 de fevereiro.

https://esblog2015.wordpress.com/inscricoes/

LAURA CAPRIGLIONE TAMBÉM ESTARÁ CONOSCO NO II ENCONTRO DE BLOGUEIROS E ATIVISTAS DIGITAIS


Laura Capriglione, jornalista da Ponte Jornalismo, também estará conosco no II Encontro Estadual de Blogueiros e Ativistas Digitais de SP.

Laura também possui um blog no Yahoo! Notícias e colabora com o projeto A Conta da Água, que reúne reportagens, ensaios, notícias e entrevistas sobre a crise hídrica de SP.

GRUPO ABRIL DESABA. "VEJA" SOBREVIVERÁ?

Por Altamiro Borges

No início de janeiro, os funcionários do Grupo Abril, que edita a asquerosa revista “Veja”, foram surpreendidos na chegada ao prédio da empresa, na capital paulista. O busto do fundador do império midiático, Victor Civita, havia sido retirado do hall de entrada. Em grave crise financeira, a empresa foi obrigada a devolver metade do espaço à Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que é dona do edifício. Agora, eles recebem outra notícia preocupante. A Abril Educação, que era considerada a fonte de sustentação das revistas do grupo, acaba de ser vendida para o fundo de investimentos Tarpon. O clima nas redações é de suspense e temor. Antes desta negociação, a empresa já havia fechado vários títulos e transferido outros, num processo agonizante que já estende há três anos. Agora, ninguém sabe qual será o futuro das publicações que restaram do Grupo Abril.

Segundo relato da Folha, a empresa da famiglia Civita “vendeu a totalidade das ações da Abril Educação para fundos de investimentos da gestora Tarpon, em uma operação avaliada em R$ 1,3 bilhão. O valor representa a soma da fatia de 20,73% do capital social total adquirido nesta segunda-feira (9) com os 19,91% que o Tarpon havia adquirido em agosto do ano passado, considerando o valor de R$ 12,33 por ação. De janeiro a setembro de 2014, a Abril Educação faturou R$ 753,7 milhões, alta de 32,6% ante igual período do ano anterior. A venda do negócio de educação é mais um passo no processo de enxugamento que vem sendo implementado no Grupo Abril desde a morte do empresário Roberto Civita, em maio de 2013. Desde então, a empresa descontinuou quatro títulos (‘Alfa’, ‘Bravo’, ‘Gloss’ e ‘Lola’), vendeu as frequências da MTV e transferiu dez títulos para a Editora Caras”.

Quando da queda do busto de Victor Civita, o jornalista Paulo Nogueira, do blog “Diário do Centro do Mundo”, escreveu um artigo demolidor sobre “A agonia da Editora Abril” e do restante da mídia tradicional. Agora, com a notícia da venda da totalidade das ações da Abril Educação, as suas palavras se revelam ainda mais verdadeiras. Reproduzo o texto baixo:

*****

A retirada do busto de Victor Civita do saguão da sede da editora Abril neste começo de janeiro é um capítulo dramático do declínio acelerado daquela que foi uma das maiores empresas de jornalismo.

A Abril está morrendo.

Victor Civita foi abatido porque a Abril já não tinha mais como bancar o aluguel do megalomaníaco prédio da Marginal de Pinheiros.

Ao devolver uma das duas torres, perdeu o direito de exibir o fundador da empresa. Para os futuros inquilinos, o busto de VC, como era chamado, não faria sentido nenhum.

A morte de uma empresa de jornalismo é um processo lento. Não é fácil identificar o momento em que as coisas começam a dar errado.

Depois tudo se aclara, e o fim é evidente. As últimas etapas são agônicas, e é isto o que a Abril está vivendo.

A torre remanescente dificilmente sobreviverá por muito tempo, bem como uma série de revistas e, lamentavelmente, centenas de empregos.

Como todas as empresas que gozam de reserva de mercado e são objeto de mamatas do Estado – anúncios copiosos, financiamentos a juros maternais em bancos públicos – a Abril nunca foi exatamente um modelo de administração.

É o preço que se paga por privilégios. Você não tem que ser o melhor da classe para receber prêmios.

Isto vale para a Abril e todas as grandes empresas jornalísticas brasileiras, a começar pela Globo.

Nunca foram expostas à competição estrangeira e sempre foram mimadas por sucessivos governos: não há receita mais eficaz para a ineficiência gerencial.

Dito isso, a agonia da Abril se deve muito mais a uma mudança de mercado do que a uma gestão trôpega em vários momentos.

Produzir revistas nestes tempos é como fabricar carruagens no final do século 19, quando os carros começavam a ganhar as ruas.

Nem o mais fabuloso fabricante de carruagens sobreviveu com o correr dos dias.

A Abril antecipa o que deve acontecer, no futuro, com outra potência da mídia brasileira: a Globo.

Anos atrás, ninguém imaginava um mundo sem revistas. Mas hoje é fácil imaginar.

Até há pouco também, igualmente, ninguém imaginava um mundo sem tevê como a conhecemos. Mas hoje já não é tão difícil imaginar.

Uma pesquisa recente americana traduziu isso em números. A pergunta que foi feita era a seguinte: você acha que seria duro viver sem o quê?

As alternativas eram internet, celular e televisão. A televisão ficou em último lugar. Alguns anos atrás, na mesma pesquisa, ficara em primeiro: a maior parte dos entrevistados não considerava a hipótese de ficar sem tevê.

Tanto a Abril como a Globo se empenham em ter relevância na internet. Mas jamais se replicará, no universo digital, a relevância que elas tiveram em mídias que vão se tornando obsoletas.

Aproxima-se velozmente do fim o tempo em que a Globo consegue cobrar uma fortuna por comerciais de uma programação em constante declínio.

E está muito distante a era em que a publicidade na internet terá preços remotamente praticados pela Globo na tevê.

Entre uma coisa e outra, a Globo entrará no que se poderia definir como “Vale do Desespero”, para usar uma expressão em voga entre os economistas.

Na destruição de um velho mundo na imprensa e na construção de um novo, a remoção do busto de Victor Civita é um marco histórico.

EMILIANO JOSÉ SERÁ O NOVO SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA


Formado em jornalismo, com mestrado e doutorado pela Universidade Federal da Bahia, foi eleito deputado federal pelo PT por três mandatos. Antes, foi deputado estadual e vereador. Fontes do Minicom informam que uma das primeiras tarefas do novo secretário será a de tornar mais ágeis os processos de licenciamento e renovação de outorgas das pequenas emissoras de rádio e TV brasileiras.

Segundo essas fontes, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, acredita que devem ser criados mecanismos mais fáceis para que as pequenas emissoras prestem contas ao Estado. "Não é possível que uma pequena emissora - comercial ou não - tenha que enfrentar tanta burocracia", assinala o executivo.

Emiliano José é um estudioso da comunicação social e já escreveu diversos artigos sobre o tema, entre eles: "Navalha na Carne", "Vitória da opinião pública, derrota da opinião midiática", "Mídia e Poder".

Debate

Quanto à formulação de novo marco legal para a mídia, o secretário assumirá com a incumbência de tornar o mais transparente possível o debate sobre o tema, que deverá começar com a discussão sobre o processo de regulamentação dos artigos da Constituição Federal que tratam da Comunicação Social, os quais nunca foram regulamentados.

Por orientação de Berzoini, informam essas fontes, não há qualquer texto pré-concebido (seja o formulário pelo movimento social, seja o elaborado pelo ex-ministro Franklin Martins, no governo Lula). Mas serão apresentados subsídios com um estudo comparativo da legislação dos diferentes países e uma análise mais aprofundada do mercado brasileiro para subsidiar o debate.

Fonte: Telesintese

II ENCONTRO ESTADUAL DE BLOGUEIROS E ATIVISTAS DIGITAIS


Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, convida para o II Encontro Estadual de Blogueiros e Ativistas Digitais de SP.


DEBATE NO BARÃO: GOVERNO DILMA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS


A relação do governo Dilma Rousseff com os movimentos sociais será tema de debate na quarta-feira (11), em São Paulo. A atividade ocorre na sede do Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 84 -próximo ao metrô República) e contará com convidados de peso: Gilmar Mauro (MST), Guilherme Boulos (MTST) e Vic Barros (UNE).

A discussão abordará as perspectivas da luta social em meio a um conturbado ambiente político, no qual o conservadorismo, hegemônico no Congresso Nacional, tem 'nadado de braçadas' e ameaçado as conquistas populares dos últimos 12 anos, apesar da vitória eleitoral de Dilma.

O evento é aberto ao público e terá transmissão online pela Mídia NINJA (com reprodução na página do Barão de Itararé).

Serviço

Debate 'Governo Dilma e os movimentos sociais'
Data: 11/2
Horário: 19h
Local: Barão de Itararé - Rua Rego Freitas, 454, conjunto 84 (próximo ao metrô República) - São Paulo/ SP

Participe!


ELEITORES PODERÃO ASSINAR A LEI DA MÍDIA DEMOCRÁTICA NA INTERNET



Foi lançada na última quinta-feira (5/2) o formulário online de apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) da Comunicação Social Eletrônica, conhecido como Lei da Mídia Democrática.

A ferramenta faz parte de um conjunto de estratégias para ampliar a visibilidade da proposta e promover a discussão sobre a necessidade de democratizar a comunicação social no Brasil.

Esse projeto foi lançado no primeiro semestre de 2013 por várias entidades da sociedade civil e movimentos sociais.

Acesse o site www.paraexpressaraliberdade.org.br e saiba tudo sobre essa campanha. Lá você poderá encontrar artigos sobre o tema, notícias atualizadas, o histórico de todas as ações que estão sendo desenvolvidas, o  projeto de lei na íntegra, materiais para divulgação, entre outros.

Participe!