Balanço do PAC: o que interessa é a execução física das obras e não o seu pagamento


Toda vez que o governo federal apresenta o balanço do PAC, a imprensa confunde o que realmente interessa para os usuários das obras de logística e transportes e o que não tem interesse algum para estes.

Já escrevi alguns artigos a esse respeito, mas é sempre bom repetir, porque o enfoque da imprensa continua o mesmo: ao invés de olhar para a execução física da obra, mira na execução financeira.
Todo mundo sabe (porque já fez alguma obra em casa) que há um intervalo natural entre a conclusão de uma parte ou de toda a obra e o seu pagamento, já que ninguém paga por serviço não executado.
Na administração pública, devido à legislação existente no país, uma obra (ou parte dela) fica pronta hoje e a empresa somente receberá daqui a dois meses.
Sempre haverá um período de diferença entre momento da realização e o momento do pagamento!
Entretanto, para o usuário interessa saber se a obra está pronta ou em andamento, pouco importando se a empresa já recebeu ou não.
Por exemplo, se a duplicação da BR-101/RJ foi entregue ao tráfego, gerando os benefícios pretendidos, o que importa se somente será paga dois ou três meses depois?
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Como exemplo dessa confusão da imprensa, publico parte do texto de matéria do G1, sobre o balanço apresentado hoje (29/7/11)
“O primeiro balanço da segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2, divulgado nesta sexta-feira (29) pelo governo, mostra queforam executados 37,5% do orçamento previsto para 2011. O investimento executado corresponde a R$ 10,3 bilhões até 30 de junho e não inclui o programa Minha Casa, Minha Vida.”
Essa informação serve para que? O que ela avalia? Nada!
Apenas constata o óbvio: pagamentos de parte de obras realizadas somente são feitos dois a três meses após a sua execução física.
Leia estes artigos publicados a esse respeito, aqui no T1:
As confusões em relação ao PAC

José Augusto Valente - Diretor Executivo da Agência T1

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