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Um macaco teria erguido um império nas condições dadas a Roberto Marinho pela ditadura em troca de apoio político


Por Paulo Nogueira

De tanto tratar os brasileiros como idiotas, a Globo parece que passou realmente a acreditar que somos todos imbecis.

É o que sugere um editorial a propósito da liberdade de expressão.

Nele, os Marinhos atacam, furiosamente, a regulação da mídia. E se colocam na posição de campeões do “jornalismo independente, que não vive de verbas oficiais”.

Pausa para gargalhar, e um segundo a mais para lembrar Wellington: quem acredita naquilo acredita em tudo.

Cada tijolo da Globo é, de alguma forma, produto de verbas oficiais – e mais incontáveis mamatas e privilégios que a empresa ganhou na ditadura militar e preservou intactos, numa aberração, nestes anos todos de democracia restabelecida.

Um macaco teria erguido um império nas condições dadas a Roberto Marinho pela ditadura em troca de apoio político.

Financiamentos diversos, publicidade copiosa dia após dia, complacência na cobrança de impostos – em suma, foi um empreendimento que é o oposto do que prega o capitalismo real. Não havia risco. Estava tudo garantido.

Roberto Marinho recebeu muito da ditadura e deu muito a ela. É expressivo o depoimento do general presidente Médici, em 1972: “Sinto-me feliz todas as noites quando assisto TV porque no noticiário da Globo o mundo está um caos, mas o Brasil está em paz… É como tomar um calmante após um dia de trabalho …” (Este Brasil paradisíaco subitamente renasceria, agora, caso Aécio tivesse vencido.)

As facilidades acabariam vindo de todos os lados.

No Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim lembra, hoje, como foi construído o Projac, o monumental estúdio da Globo.

Como em tudo, dinheiro público – e não as reservas formidáveis da família Marinho.

Num perfil sobre Roberto Marinho, o acadêmico Gabriel Collares Barbosa, da UFRJ, fala com minúcias do Projac.

“Outro fato que merece registro se refere a construção do Projac. Com 1.300.00 m², o Projac, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, é o maior centro de produção da América Latina e foi projetado para abrigar superestúdios, módulos de produção e galpões de acervo.

Ao todo são quatro estúdios, de 1000m² cada, fábrica de cenários, figurinos, cidades cenográficas, centro de pós-produção e administração.

O que não é dito à população é que o Projac foi construído em uma área reservada pelo governo do Rio de Janeiro para a construção de casas populares.

Roberto Marinho humildemente solicitou à prefeitura uma autorização para construir sua 'casinha' popular. Com a autorização em mãos, Roberto Marinho indevidamente começou a construção do Projac utilizando recursos levantados em empréstimos com a Caixa Econômica Federal para pagamento em dez anos.

Podemos especular que a quitação do débito foi pago com propaganda da CEF na Rede Globo.

Uma ação popular exigindo a devolução desse dinheiro foi impetrada na justiça pois a Caixa Econômica é acusada de ter feito uma operação fora da rotina, com juros abaixo do mercado. O valor desse empréstimo atualizado com juros e correção monetária chega hoje a 37 milhões de dólares.”

A maneira como a Globo se serviu de bancos públicos foi imortalizada, em 1983, pelo Pasquim.

O Pasquim noticiou dois empréstimos a juros maternos que a Globo conseguiu com o Banerj, o Banco do Estado do Rio.

O Pasquim mostrou que a Globo ganharia um dinheiro considerável caso simplesmente pegasse o dinheiro dos empréstimos e o aplicasse no próprio Banerj.

Roberto Marinho foi chamado, pelo Pasquim, de “o maior assaltante de bancos do Brasil”.

“Nenhuma outra quadrilha, inclusive movimentos terroristas, lucrou tanto no negócio de assaltos a bancos como a quadrilha da Rede Globo”, escreveu o Pasquim.

O diretor superintendente do Banerj, Miguel Pires Gonçalves, acabaria depois virando superintendente da Globo. (Filho de um general da ditadura, Gonçalves acabaria por ser peça chave na manipulação do debate entre Collor e Lula na Globo, em 1989.)

Pois é esta Globo que, num editorial, desce à infâmia e se proclama símbolo do “jornalismo sem verbas oficiais”.

Talvez a Globo considere que os 500 milhões de reais anuais que vem recebendo há tempos das estatais federais – mesmo com uma brutal queda da audiência — sejam pouca coisa.

Ou, então, o que é mais provável, ache que somos todos estúpidos para cair na lorota cínica de que é uma empresa que ficaria de pé sem as mil-e-uma incursões ao dinheiro público.


IBOPE diz que "errou" e "corrige" em cinco pontos audiência da Globo


Perto de completar 50 anos, a Globo dá sinais evidentes de esgotamento.

Os furos no casco do navio são provocados por tiros que surgem de todos os lados:

- a FOX avança no futebol (clique aqui para saber mais sobre o olé que a Globo levou na transmissão da Libertadores);

- Record e SBT avançam na audiência do Jornalismo;

- jovens assistem menos TV aberta (mas a audiência da Globo é a que cai mais rápido);

- internet mostra a manipulação da Globo de forma instantânea.

Ainda assim, o IBOPE permanece ao lado da família Marinho. Isso é o que se chama fidelidade canina.

Nunca antes na história desse país houve algo parecido: na última segunda, o JN da Globo deu apenas 20 pontos de audiência. A Record, no mesmo horário, tinha uma novela com 10 a 12 pontos. E o SBT também foi bem na audiência.

Deu-se um escândalo na redação da Globo no Jardim Botânico.

Qual a reação do IBOPE?

Reviu os índices!!

Houve uma “pequena correção”, de 5 pontos. Lembram o que Paulo Preto (operador tucano, que se sentiu abandonado pelo PSDB) dizia na campanha de 2010: “não se abandona um companheiro ferido na estrada”.

Veja os detalhes abaixo (Rodrigo Vianna)

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por Ricardo Feltrin, do UOL

Depois de registrar ontem uma das mais baixas audiências da história do “JN” num dia últil (20 pontos na Grande São Paulo nos dados prévios), o Ibope divulgou agora há pouco os números consolidados para as emissoras.

O instituto — único que mede o ibope da TV aberta atualmente — atrasou em mais de duas horas a divulgação nesta terça e informou às emissoras que teve um “problema técnico” que teria afetado a medição em tempo real ontem.

Com essa justificativa, o Ibope elevou a média do “JN” dos 20 pontos medidos ontem (no realtime) para 25 pontos hoje.

Mesmo com esse aumento, o índice do “JN” foi bem abaixo da média normal. 25 pontos é índice que o telejornal obteve na última segunda-feira de Carnaval.

Sobre as demais emissoras, como Record e SBT, o Ibope aumentou seus índices em apenas 2 pontos na comparação com as médias registradas ontem.

A novela “Babilônia”, da Globo, também “disparou” no ibope consolidado.

Dos 23 pontos registrados ontem, o Ibope elevou sua média consolidada para 28,7 pontos hoje. Cada ponto vale por 67 mil domicílios sintonizados na Grande SP.

Não há registro recente de uma atração que tenha subido tantos pontos. Historicamente, o normal é que haja uma variação de um a dois pontos entre real time e ibope consolidado.

O resultado ontem no ibope real time causou comoção na redação da Globo. Na segunda-feira anterior a média fora de 29 pontos.

Dez anos atrás a média do “JN” era de 35,8 pontos na Grande São Paulo.

A CGCom diz que, na comparação entre janeiro e março de 2014 e deste ano, o “JN” teve crescimento de 2 ptos (8%).

A partir do próximo mês, o instituto alemão GfK passará a concorrer com o Instituto Ibope e divulgará dados próprios da medição de audiência das TVs aberta e fechada em todo o país.

Todas as emissoras abertas, com exceção da Globo, assinaram contrato para receber os dados da GfK também.

Até o mês passado, pelo menos, a Globo havia decidido continuar recebendo apenas os dados do Ibope.

A coluna consultou o ibope a respeito do problema e está aguardando uma posição do instituto. Se e quando ele se manifestar, sua versão será incluída neste texto.

Fonte: Blog Escrevinhador

50 anos da TV Globo: o principal legado da Ditadura Militar


Por Anderson Bahia
UJS

“Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva”. Em 2013, o jornal O Globo respondeu as manifestações de junho reconhecendo o erro do grupo ao apoiar o golpe militar. Como está expresso na frase que abre esse texto e utilizada pelo veículo na ocasião, tudo não passa de “História”. De passado e não de presente, portanto. Será?

Nesse ano, a TV dos “Marinhos” completa cinco décadas e a vocação democrática da Rede Globo permanece discutível. Dois anos após fazer um reconhecimento público de seu “erro”, ela segue o mesmo script estabelecido nos acordos que manteve com a Ditadura Militar.

Vejamos. O projeto de nação implementado pelos militares teve como uma de suas principais linhas conter o avanço político dos setores progressistas, exterminar seus representantes e desenvolver economicamente o país sem nenhum compromisso com o fosso da desigualdade social.

Para legitimar isso, precisava montar um sistema de comunicação que desse conta de vender para a sociedade apenas o filtro que lhe interessava. Poderia ser criando um aparato estatal, opção que Getúlio Vargas já havia tomado com o rádio, ou estimular alguns grupos privados que compartilhasse a mesma visão de mundo.

Como já sabemos, escolheram pela segunda alternativa. E, como sabemos também, a Globo foi a que melhor se perfilou ao projeto. Na época em que a TV surgia como o novo advento de comunicação de massa, recebeu ajuda para criar a sua. Não à toa, ano passado completou-se 50 anos desde o golpe militar e, esse ano, os 50 desse veículo de comunicação.

O monopólio da mídia é um dos principais entraves da nossa democracia deixado como herança pelos militares. Nem mesmo a lógica de maior privilégio ao grupo Globo foi superada nesses 30 anos desde a redemocratização. Ainda são eles que mais arrecadam do Estado. Aproximadamente 1/3 das verbas de publicidade oficial (governo federal e autarquias) nas gestões de Lula e Dilma enriqueceram os cofres dos “Marinhos”.

Além disso, permanecem com muito apetite para os golpes políticos e intervenções na democracia. Em 1989, quando dominavam absolutamente a audiência no Brasil, realizaram a famosa edição do debate entre Lula e Collor que culminou na vitória do segundo. Desde 2003, dão a linha de um jornalismo que omite qualquer crítica a direita e busca desestabilizar politicamente o governo federal, hoje sob condução de Dilma. Na eleição de 2014, escolheram repercutir a matéria de capa da revista Veja (de suposto escândalo envolvendo Lula e a presidenta), lançada na noite de quinta-feira, apenas no sábado da mesma semana, na véspera da votação do segundo turno, numa tentativa clara de impedir o direito de resposta da candidata à reeleição e contribuir para a vitória do tucano Aécio Neves.

Na semana passada, a justiça (com j minúsculo mesmo) deu ganho de causa a uma de suas mais recentes facetas antidemocráticas. Condenou o blogueiro Miguel do Rosário em R$ 20 mil por conta de um processo movido pelo diretor de jornalismo global Ali Kamel. Ele sentiu-se injuriado por ser chamado de “reacionário”. E não é a primeira vez que a Globo orienta seu funcionário a processar blogueiros. Paulo Henrique Amorim também já passou por isso.

Trata-se de uma afronta absurda a liberdade de expressão, já que os blog´s surgiram como uma alternativa ao pensamento comum que domina a linha editorial da grande mídia e cuja credibilidade aumenta a medida que cai a dos poderosos.

E cai não por acaso. Metida a perseguidora da corrupção, a Globo e os outros cinco grupos que dominam a comunicação no Brasil silenciam-se diante dos escândalos das elites. Às vezes por fazerem parte diretamente deles, como no caso HSBC. O banco tem em seus arquivos o endereço da Globo nas Ilhas Virgens (paraíso fiscal), sendo investigado na Europa por conduzir uma operação que envolve 180 bilhões de dólares num período de cerca de quatro meses, que vai do final de 2006 até o início de 2007. Desses, 20 bilhões são de empresas e empresários brasileiros, possivelmente inclusive da Globo, que já é réu no Brasil por sonegação fiscal, conforme o próprio Miguel do Rosário divulgou em seu blog.

Nos marcos da passagem dos 50 anos da TV Globo, é necessário reafirmar o papel que eles jogaram e permanecem jogando para o Brasil e fortalecer a luta pela democratização da mídia, como o caminho que o Brasil precisa seguir para romper as amarras ditatoriais que ainda perseguem seu povo!

Fonte: UJS

O império contra ataca



“O documento resultou de muita reflexão, e sua matéria-prima foi a nossa experiência cotidiana de quase nove décadas. Levou em conta os nossos acertos, para que sejam reiterados, mas também os nossos erros, para que seja possível evitá-los”