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Da infraestrutura aos conteúdos



Apesar da possibilidade de haver inúmeras divergências em relação às dimensões, potencialidades e especificidades do papel dos meios de comunicação nas sociedades contemporâneas, é consensual a aceitação de que eles estão entre os atores centrais do processo de promoção do desenvolvimento, dos direitos humanos e da democracia.

Não por outra razão, governos, empresas, organizações da sociedade civil e setor acadêmico buscam participar – de maneira mais ou menos ativa – das discussões que envolvem a temática da mídia, focalizando questões que cobrem desde o desenvolvimento de políticas públicas até as mais comuns estratégias de marketing e assessoria de comunicação.

No entanto, com frequência, o debate acerca do universo midiático dedica maior atenção aos aspectos de conteúdo – discutindo, por exemplo, as estratégias necessárias para que o jornalismo aborde mais e melhor este ou aquele tema, que a trama da novela inclua (ou não) determinadas temáticas, ou mesmo que a publicidade de um certo tipo de produto só seja exibida a partir de um determinado horário.

Regulação de infraestrutura

A regulação da infraestrutura envolve tanto questões de cunho técnico – como o licenciamento das frequências do espectro eletromagnético, aquele intervalo limitado que compreende as faixas de radiações eletromagnéticas responsáveis pela transmissão das ondas de rádio e televisão –, quanto aspectos políticos e econômicos, tais como a existência ou não de propriedade cruzada, os modelos de constituição do capital das empresas de mídia ou a definição do sistema de tevê digital adotado em uma nação.

Apesar de os aspectos referentes ao conteúdo realmente se destacarem como um importante elemento a ser colocado em questão, as organizações que optam por conduzir o debate unicamente por esse caminho encontraram um limite inerente. Isso porque a infraestrutura do sistema midiático exerce uma influência decisiva sobre os conteúdos transmitidos – sejam jornalísticos, de entretenimento ou publicitários.

Nesse sentido, ainda que o foco de atenção das organizações que atuam na área quase sempre não esteja no desenvolvimento de estratégias para a melhoria operacional do sistema de mídia, ignorar ou desconhecer as características de tal mecanismo certamente constitui uma limitação à compreensão mais ampla da influência que exercem os meios de comunicação.

ANDI - Comunicação e Direitos